segunda-feira, 15 de outubro de 2007

EPISÓDIO 24: O acidente

- Tá, mas e eu, como é que fico? Tu simplesmente pega tuas coisas e volta pra casa da tua mãe. Depois eu é que sou o insensível... - diz Gegé, irritado com a namorada. Espera alguns segundos e nenhuma resposta do outro lado da linha...
- Cami, tô falando contigo, poxa vida - insiste.
- Olha, eu e minha mãe nos acertamos, ela está me dando muita força e acho que isso fará bem pra mim. - responde Camila.
- Tá, pode até ser, mas e eu? - pede Gegé.
- Tu pode ir lá quando quiser, pode até dormir lá com a gente se sentir falta... - responde Camila, cinicamente.
- Mas não é a mesma coisa. Agora que eu tô até trabalhando, a gente pode começar a comprar as roupinhas do bebê... Aliás, tu nem me disse como foi a tua eco.
- É né, pois é, mas parece que tu nem tá muito preocupado com isso....
- Putz, mas tu tá pegando pesado, hein! Segura a onda também né, Camila, não é por aí... Tô me quebrando pra conseguir trabalhar, estudar e me preparar pro vestibular pensando nesse bebê. - diz Gegé, muito nervoso.
- Bom, eu vou ficar por aqui mesmo...
- ...depois eu te ligo. - Gegé termina a conversa, indignado.
Uma mistura de raiva e incerteza toma conta do garoto. Tudo era muito confuso para ele naquele momento. No dia seguinte, na aula, Camila não aparece e Gegé fica ainda mais brabo. Resolve que não vai ir mais atrás de Camila, ela que dê o próximo passo, ela que o procure, porque ele também não é um bunda-mole que vai ficar aceitando tudo que ela fala.
Depois do trabalho, Gegé tinha um futibas marcado com a turma. Ao final da tarde, ele encontra Cadu e Leco e vão juntos para o jogo.
A essa altura, o futebol era uma forma de Gegé esquecer um pouco suas preocupações. Depois da partida, comentou que estava pensando em ir na casa da Camila, mas os colegas insistem que ele os acompanhe numa rodinha de pagode, num bairro mais distante do centro.
- Bah, gurizada, eu acho melhor ver a Cami. - diz ele para os amigos.
- Vamos, cara, não vamos ficar muito lá, depois a gente consegue uma carona pra ti e tu pode ver a Camila. - insiste Leco.
- Tá bom, mas temos que voltar logo, hein? - lembra Gegé.
Embora preocupado com a hora do retorno, Gegé chega à conclusão de que um pouquinho de lazer não vai fazer mal. Ele precisa de algo para se divertir. Chegando lá, a festa já está a mil. Muitas minas, um pagodinho animado e uma ceva pra descontrair.
Gegé decide entrar no clima. Ele toma algumas cervejas, canta com a galera, conhece bastante gente nova e se diverte. Tinha até uma loirinha dando moral pra ele... Ainda olha pro celular, não vê nenhuma chamada. Gegé pensa "Quer saber, vou curtir o momento!" e desliga o celular. Ao final da festa, quando todos estavam bem animados, Cadu chega para avisar que conseguiu a carona.
- Bah, Gegé, sei que a coisa tá boa, mas a carona tá saindo... O Sérgio, meu amigo, vai te levar, tem mais uns caras que vão junto, mas tu não te importa, né?
- Claro que não! Mas já?? - reclama Gegé.
Resignado (meio alto) entra no carro e vão nessa. De repente, numa curva:
- VIRAAAAAAAAAPÁRAAAFREIAAAAAAAAAAA!!!!!!!

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